É um mito pensar que ter um negócio virtual é mais simples do que ter uma loja física. Além de todo trabalho de planejamento, o empreendedor tem que entender de tecnologia, senão ninguém navega no e-commerce.
O empresário Rodrigo Lacreta, por exemplo, tem uma farmácia que vende produtos para diabéticos. Quando resolveu montar a loja virtual, foi como visitar um país que falava uma língua que ele não entendia. Rodrigo foi à luta, contratou um consultor e estudou muito.
Rodrigo já sabia o que ia vender. Segundo o consultor Luiz Dias, definir o mercado que quer atuar é o primeiro passo para quem quer abrir um ecommerce. Depois, é preciso fazer um plano de negócio.
“Eu costumo dizer que, ao contrário do que a maioria pensa, a loja virtual não é um site que por acaso vende. É uma loja que por acaso é um site. Então, todo planejamento, toda estrutura que é realizada tem que ser pensado como negócio físico. Para chegar a ser virtual tem muito de trabalho físico e estrutural”, explica o consultor.
Depois, é preciso escolher onde a loja virtual será montada. É ai que entra a tecnologia. Na hora de abrir uma loja seja física ou virtual é preciso planejar a estrutura que ela vai ter. No caso da loja física, é preciso questionar se um espaço pequeno é suficiente ou se será preciso um prédio todo para comportar o público e tipo de produto. No caso do site, este prédio é a estrutura, a plataforma por trás do site.
A plataforma é um sistema que vai permitir abrir a loja na tela do computador. O empresário paga um preço mensal ou anual – o valor depende do faturamento. Para iniciantes, há opção de plataformas gratuitas.
Além da plataforma, é preciso escolher outros parceiros de tecnologia. Um deles é o ERP – sistema integrado de gestão empresarial – um software que integra vários processos, como vendas, finanças, contabilidade, estoque, compras, produção e logística. A taxa por uso também é cobrada por mês ou por ano. Com isso, o ecommerce está pronto para abrir as portas.
Em uma rua de comércio sempre vai ter alguém passando na frente da loja que vai se interessar pela vitrine e entrar. Na virtual, é preciso pegar o cliente na mão para fazer ele entrar no site. Aí é preciso investir. É nessa fase que se começa a entender expressões como volume de tráfego: o número de pessoas que entra no ecommerce.
“Não tem como não trabalhar com as redes sociais, parcerias com blogueiro. Vou em feiras específicas, tem trabalho offline, tenho representante da loja que divulga o site. Tem o blog que alimenta o site, com informações e conteúdo”, conta Rodrigo.
Mas nem todo mundo que entra, compra. Aí o empresário vai entender o que é conversão de visitas, o número de pessoas que concretiza a compra. “Conversão oscila entre 0,8% a 1,5%. A cada 100 visitantes, tenho de 0,8% a 1,5% de pedidos”, explica o consultor.
Segredo para vender mais
Para estimular o consumidor a comprar, é preciso ter preço competitivo, frete justo e um site com bom layout. O consulor Luiz Dias dá uma dica: “O prazo de entrega é um fator decisivo para conversão. Uma loja que tenha um prazo de entrega de quatro dias, contra uma que tenha de dois dias, a de dois dias vai converter muito mais”.
Por último, tem que escolher como vai ser o pagamento: como o cliente vai pagar e como a empresa vai receber. A taxa é cobrada em cima do valor da venda.
Com o tempo, o empresário vai aprendendo e aperfeiçoando muito o negócio e logo começa a conectar a meta com o plano de ação. “Tem que ter grana pra investir, mas não é só o dinheiro. Tem que ter tempo e vontade pra trabalhar”, diz Rodrigo.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/pme/pequenas-empresas-grandes-negocios/noticia/2018/07/29/plano-de-negocio-e-escolha-correta-da-plataforma-sao-essenciais-para-comecar-um-e-commerce.ghtml